A linguagem na comunicação virtual das pessoas
Com o advento do computador e dos instrumentos de tela móveis conectados à internet, nós, educadores, deparamo-nos com novas formas de ensinar e de aprender.
O ensino e a aprendizagem que aconteciam desde o século XVIII de forma linear, sendo o educador o detentor das informações, ou mesmo, as tecnologias as quais estudávamos como "meio de comunicação de massa"; deram lugar à circulação da informação em forma de rede. Com isto, há uma significativa mudança na forma de ler e escrever: a linearidade cede espaço a habilidades multitarefas, os educandos direcionam a atenção para o canal cujo interesse é maior. O acesso é não-linear.
A onipresença da tecnologia de informação na sociedade já caracterizada como "Sociedade do Conhecimento" ou "Sociedade da Informação" pressiona-nos a (re)construir paradigmas. Porém tomemos cuidado, pois não podemos ter a ilusão de que estes instrumentos acompanhados da internet vieram para "salvar" a educação, pois são apenas uma ferramenta a mais a ser incorporada no fazer pedagógico de forma que propicie às pessoas estudar em qualquer hora e lugar, incentivando-as a serem mais autônomas, pesquisadoras e construtoras de suas próprias histórias.
De acordo com Costa (2009), a educação e a cultura do consumo favorece a mercantilização da escola, a invasão da cultura do consumo na vida das crianças.
No Jornal do Almoço de hoje, com tristeza, assisti à matéria publica em que nosso município, Redentora/RS, abriga habitantes que "passam fome". O paradoxo é inevitável: uns têm muito, outros quase nada. Você, leitor, deve estar pensando: "e o que tem a ver uma coisa com a outra?" Penso que tem tudo a ver, pois podemos mudar esta triste realidade pela EDUCAÇÃO cuja prática jamais pode negar o que existe na sociedade, a fim de que realmente possamos contribuir para que os estudantes tenham consciência e discernimento sobre o mundo real e virtual, com capacidade de escolher conscientemente o que desejam para si e para os outros.
No capítulo da novela "Amor à Vida" da Rede Globo, transmitido ontem, 02/01/14, observei a cena em que o personagem Bruno, pai da Paulinha, a adverte sobre a forma que esta utiliza a Língua Portuguesa para comunicação em rede social. Esta cena pode ser discutida em sala de aula. A Língua Portuguesa veste sua indumentária de acordo com o papel social e o local que vai aparecer, sendo aceitável os "internetês", porém cabe à escola a responsabilidade de proporcionar aos educandos conhecimentos cuja validade científica é encontrada nesta instituição.
Por conseguinte, nós, educadores, temos o dever de nos apropriar das tecnologias de informação e comunicação e utilizá-la como forma de progresso em prol da educação, caso contrário seu uso indiscriminado pode vir a prejudicar e "colonizar" mentes cuja tarefa em breve é conduzir o mundo. Acreditemos que a nova geração que está sob nossa "tutela" irá preocupar-se mais com o coletivo e menos com sua própria individualidade, priorizando questões de ordem coletiva. Por exemplo: que não falte o pão da mesa de ninguém.
Referência Bibliográfica:
COSTA, Marisa Vorraber. (org). A educação na cultura da mídia e do consumo. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário